quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Tentação

A sensação de que estou sendo tentada é constante. Não sei se é mania de perseguição, mas é só pensar “não quero beber” que aparece uma propaganda de cerveja na tela da TV. Tento fugir, ligo o rádio. Maldição! Está tocando Elza Soares e sua pérola “Eu bebo sim e estou vivendo, tem gente que não bebe e está morrendo”.

Desligo o rádio. Decido me internar no MSN. Ali, se eu não puxar nenhuma conversa sobre o assunto não corro maiores riscos. Ledo engano. Basta entrar que aparece na tela do computador uma mensagem do D., amigo de longa data. “Vamos num barzinho hoje à noite”, pergunta.

Ai meu Deus! Recusar um convite do D. é como dizer não a mim mesma, tamanha a consideração que sinto por ele. Relutante, aceito o convite. “Mas com uma condição: hoje não vou beber”, digo para mim mesma.

Chego ao bar. O ambiente convida ao pecado, obviamente. Sento à mesa e olho o cardápio. Pulo a parte das bebidas, ou seja, me restrinjo à ultima página, onde ficam os sucos e as águas.

Triste fim de Cecília Quaresma. Não, não posso permitir uma situação como essa! Como ficaria papai se me visse assim, negando um copo de cervejinha? Papai jamais me perdoaria por tamanha fraqueza. Mas não seria eu uma fraca por não resistir ao copinho de cerveja?

Parando para pensar, sou muito forte. Já se passaram dois minutos e eu ainda não toquei no copo gelado de cerveja que o D. pediu ao garçom. Tudo bem, o copo é dele, mas se eu realmente quisesse um gole isso não me impediria. Eu e o D. somos unha e carne, mesmo quando passamos meses sem nos ver. Assim, considero que o que é meu é dele e o que é dele é meu!

Nossa, formulei um raciocínio sobre a minha amizade com D.! Pensei em outra coisa que não cerveja. Um progresso: parabéns para mim!

2 comentários:

Anônimo disse...

sinal que a propaganda funciona!

=P

hehe

Dami

Unknown disse...

gostei dos seus textos, cecília.

estou certo disso.