quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Eu e eu

Quando comprei o livro Amor é Prosa, Sexo é Poesia, do Arnaldo Jabor, eu achava que sabia alguma coisa da vida. Hoje penso: “coitada de mim”.

Okey, eu sabia resolver uma equação do segundo grau e também sabia qual era o filo da Angustifólias paranaenses. (Conhecimentos inúteis para alguém como eu, concorda?) Mas sabia eu coisas que realmente importam? Hoje vejo que não.

Não fazia idéia, por exemplo, do quanto a vida pode ser complexa.

Não fazia idéia do que é acordar querendo beijar uma paixão antiga e dormir completamente encantada pelo menino que gentilmente me ajudou a chamar o garçom.

Não sabia que as decisões mais difíceis devem ser tomadas espontaneamente, caso contrário nunca serão tomadas.

Também jamais imaginei que poderia ver duas, três, quatro, cinco, um milhão de coisas diferentes em uma mesmo situação, apenas mudando o ângulo do meu olhar. E nunca havia enxergado nisso a verdadeira graça da vida, o que continua me instigando a ter alguma relação com o mundo.

Naquela época era uma menina de 16 anos. Hoje sou uma menina de 20 anos. Aparentemente pouco mudou, a não ser pelo novo corte de cabelo que decidi adotar semana passada. Por dentro, no entanto, tudo está diferente. Muitas coisas fazem sentido. Coisas das quais, mais nova, nem tinha consciência.

Aí está a graça de visitar o passado de vez em quando. Poder comparar duas pessoas – o eu e o eu. Mas acho melhor voltar ao presente, antes que o meu antigo eu venha me assombrar com suas dúvidas e melancolias adolescentes.

2 comentários:

Daniele Lieuthier disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniele Lieuthier disse...

Sempre é bom voltar atrás, né! Volta e meia me vejo andando na rua e lembrando de 3 ou 4 anos antes, andando pela mesma rua, mas vivendo outros momentos... :)
Beijos, chérie!