domingo, 28 de outubro de 2007

Mudando de gênero

Eu admiro os homens. Admiro esse gênero da humanidade mais do que tudo. Não, na verdade não admiro. Vou mais longe: sinto inveja.

Invejo a capacidade que tem de ficar horas conversando com os amigos sem dizer nada de útil. Estão certo, nem tudo na vida tem que ter uma utilidade. (Caso contrário, como explicaríamos a existência de algumas pessoas nesse mundo?)

Invejo a habilidade com que fazem piadas a respeito dos assuntos mais sérios dessa vida. Um exemplar do gênero, ao conversar com os amigos sobre uma das brigas que teve com a esposa, resumiu tudo em uma pequena anedota. “Quando ela começou a dizer que não dava mais para continuarmos casados, olhei bem nos olhos dela e falei: ‘tudo bem’. Peguei as duas malas que estavam dentro do armário embutido, coloquei-as em cima da cama e a enchi de roupas. As roupas dela, lógico. Ela tava louca se achou que eu é que ia sair”, contou, em meio a intermináveis gargalhadas.

Invejo o jeito leve e simples com que encaram desde o problema mais rotineiro até o maior dilema de todos. Não são como as mulheres, que se prendem em pequenos detalhes inexistentes e se tornam incapazes de entender o raciocínio mais lógico e infalível de todos: ou é, ou não é.

Invejo também a maneira exata como suas vontades e desejos funcionam. Eles não misturam sexo com sentimento. (No que fazem muito bem, diga-se de passagem). Para esse gênero da espécie humana, amor é sentimento e sexo é prazer. E é dessa forma que arranjam seus relacionamentos. Não se desgastam pensando: “o que será que significa o sexo de ontem”. Segundo a lógica dos homens, sexo não tem significado. Sexo é sexo, ponto.

Mas acima de tudo invejo a maneira sincera com que se entregam à vida. Se querem beber, bebem. Se querem comer, comem. Se querem sexo, fazem sexo. Se querem namorar, namoram. E não ficam se enganando ou arranjando desculpas para as atitudes que tomaram. Se alguém fizer a mais infame das perguntas, têm a resposta na ponta da língua. Dizem: “porque eu quis”.

Daqui em diante, serei um homem. Um homem de voz fina, unhas pintadas, brincos de borboleta, anel de brilhante no dedo da mão direita e sapatinho de boneca vermelho. E sabe por quê? Porque eu quero!

4 comentários:

E agora? disse...

Cecilia Crema Pimenta!
Estou impressionado..nao, nao por vc ter decidido se tornar homem, longe disso. Este blog estah de altiiiiisssimo nivel! Nossa! Parabens, viu? Estah escrevendo muuito bem, cecra! Excelente! =)
Serei frequentador assiduo deste lugar, asseguro-lhe.
Um beijao! Thiago Stuchi

Anônimo disse...

Olha cê meu parabéns em , fico irado o texto , vou entrar aqui sempre , pq só assim pra gente nãop fica tanto tempo sem se falar né e eu quero da um abraço em vc .
Vc me deixou com muitasss saudades das nossas conversas e das nossas risadas , gosto muito de ti viu
bjus vy

Anônimo disse...

Parabéns pelo Blog menina, tá ótimo!

Rodrigo Choinski

Anônimo disse...

reveja os amigos que você tem, antes só do que mau acompanhada...