terça-feira, 1 de julho de 2008

Pague para mim

Amelie tinha o namorado perfeito. Perfeição não existe, ela sabe disso. Mas em se tratando do Mr. Small, ela não tinha como pensar diferente. Tinha, verbo ter conjugado no passado. Porque depois da noite de quinta-feira, ela tem. E como tem.

Num acesso de sinceridade, o ex-namorado ex-perfeito contou que durante os três anos de namoro traiu a amada em diversas ocasiões. “Mas muitas vezes?”, perguntou nossa protagonista, em meio a lágrimas. “Sim”, disse o infeliz.

Incapaz de manter o pênis dentro da calça, ele tratou de traçar várias caipiras sempre que pôde. Mas até aí, compreensível. Ele é homem. E todo homem é idiota quando o assunto é sexo. O pior ainda estava por vir.

Depois de ouvir os relatos das ocasiões em que o digníssimo delicadamente enfeitou sua cabeça com um adereço nada fashion (um belo par de chifres), ela fez uma última pergunta. “Só essas vezes?”, questionou. Com medo da resposta, fechou os olhos um pouco antes de ouvir o que segundos depois a deixaria revoltada. “Não, teve também outra vez em que trepei com uma puta”, respondeu o safado.

“Mas eu não entendo”, choramingou ela. Bom, Amelie, eu também não entendo. Não entendo porque ele não pagou para você o dinheiro que gastou com a puta. Tão mais fácil, mais seguro. (Vamos combinar, por melhor que seja o puteiro, o risco de contrair uma DST com uma puta é milhões de vezes maior do que ao fazer sexo com a menina de família que você conheceu virgem)

Meu futuro namorado, quando você pensar em me trair com uma meretriz, fale comigo. Eu alugo uma peruca, coloco uma bota de cano alto e te encontro na esquina da Treze de Maio com o Teatro Guaíra. Podemos até combinar um esquema de pontos no cartão-fidelidade. Teremos uma noite maravilhosa, e de quebra eu ainda faturo uns trocadinhos. Segundo uns conhecidos do ramo, eu valho uns 100 reais.

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