domingo, 6 de janeiro de 2008

Pense na minha avó

As mulheres lutaram muito pela igualdade entre os sexos. Minha avó, que Deus a tenha, queimou seu sutiã em praça pública para que pudesse não usar o meu. E para que eu pudesse fazer várias outras coisas. Coisas como fazer o que quiser, por exemplo.

Tanta luta, tanta batalha. Anos a fio travando uma verdadeira guerra com os homens. Mas pra quê? Depois de um passeio no parque, acompanhada de um amigo, tenho a resposta: para que as mulheres possam provocar as situações e se fazerem de vítimas.

É isso mesmo, feminista de plantão. Você não leu errado. Essa é a minha opinião e tenho provas. Bastante coerentes, por sinal. Quer ouvir. Vamos lá.

Agora podemos dizer “quero que você me beije” sem nos sentirmos culpadas. Mas quando ganhamos o beijo, e apenas o beijo, nós saímos dizendo: “nossa, ele me usou. Não podia ter feito isso comigo”.

Vê a confusão? Mas vamos a outro exemplo para que a situação fique ainda mais clara. Agora podemos estudar e trabalhar tanto quanto os homens. Mas quando temos que corresponder às mesmas exigências que nossos colegas do sexo masculino criamos mil histórias para validar nossas crises e problemas supostamente “irresolvíveis”. Coisas como “eu estou de TPM”.

Não estou desconsiderando as diferenças físicas que existem entre as pessoas do sexo feminino e masculino, mas sim deixando clara a minha revolta com algumas pessoas do sexo feminino que insistem em jogar ladeiro abaixo o trabalho e as conquistas de muitas mulheres.

Beijou e o cara soltou fora, assuma que foi tão responsável pelo beijo quanto o cara ao invés de chamá-lo de aproveitador. Você procurou e achou. Só não achou o que queria. Paciência!

Está com cólica e tem que ir trabalhar? Engula uma caixa de chá de rosas, coloque uma calça larga, esquente uma bolsa d´água e vá em frente. Por favor, não fique em casa se lamentando.

Mulheres, está na hora de acordar. Os homens não podem receber a culpa quando a situação não terminou da maneira como sonhamos. Nós somos, no mínimo, 50% responsáveis por tudo o que fazemos. E isso não é ótimo?

Então, cada vez que pensar em abrir a boca para difamar um homem porque as coisas não saíram como você queria, pense: “será que eu não sou co-responsável por isso?”. Tenho certeza que a resposta será sim.

Mas se mesmo assim quiser falar besteiras por aí, vá em frente. Mas saiba que estará fazendo a minha querida vovó se remexer em seu caixão. Por isso eu peço: se não pensa em você, pense na minha avó. Ela não merece passar a eternidade de bruços.